segunda-feira, 7 de maio de 2007

MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

- O 8 de março foi reconhecido pela Unesco como Dia Internacional da Mulher em 1977.
Uma das versões para a origem da data é a da morte, em 1857, de 129 operárias,
queimadas durante manifestação por melhores condições de trabalho, em Nova York



janelanaweb.com



A inserção das mulheres no mercado de trabalho tem aumentado. Pesquisas revelam que, enquanto na década de 70 elas correspondiam a 18% da força de trabalho, hoje já preenchem quase 50% das vagas. As estatísticas refletem as conquistas feministas dos anos 60 a 80, quando as mulheres pleiteavam igualdade de direitos entre os sexos.



Mas as pesquisas pouco revelam sobre as mulheres que desenvolvem a famosa dupla jornada de trabalho: família e profissão. Conciliar cuidados com os filhos, casa, trabalho e vida pessoal é uma atividade muito estressante, especialmente por conta das cobranças da sociedade e do acúmulo de tarefas. O antropólogo Vitor Grunvald argumenta que as políticas de trabalho desenvolvidas para mulheres que têm essas duas obrigações (especialmente no Brasil), não correspondem ao esperado: “Durante o movimento feminista, as mulheres buscavam direitos iguais aos dos homens e acabaram relegando o núcleo familiar a um segundo plano”. Uma pesquisa da Fundação Carlos Chagas confirmou que as mulheres que trabalham fora dedicam, em média, 28 horas semanais às tarefas domésticas, e os homens 10 horas.




O Gender Gap Index 2006, pesquisa realizada pelo World Economic Forum em 115 países, atestou as disparidades entre homens e mulheres em quatro categorias: saúde, educação, oportunidades econômicas e participação política. Nessa pesquisa o Brasil está na 67ª posição do ranking geral. No concernente à saúde, que considera a expectativa de vida, o Brasil divide a primeira posição com outros doze países. A participação política (mulheres que ocupam cargos parlamentares, ministeriais e de chefe de Estado), deixou o Brasil em 86º. No que diz respeito à educação, ocupa o 72º lugar, em virtude do baixo ingresso de mulheres no ensino primário. Em relação às oportunidades econômicas, está na 63ª posição. Avaliando apenas os salários de homens e mulheres na mesma função o país fica ainda pior, em 98º.




De acordo com Betânia Tanure, pesquisadora da Fundação Dom Cabral (FDC), o modelo de exercício de poder no Brasil ainda é masculino. As mulheres entram no mercado de trabalho de maneira cada vez mais significativa em funções gerenciais, mas sentem uma espécie de teto de vidro que separa a facilidade do ingresso no mercado da dificuldade de ascensão na carreira. "Todas as empresas têm um discurso politicamente correto, afirmam que as mulheres estão avançando muito, que há dez anos não havia o percentual que há hoje, e é verdade. Mas avançar não significa que o preconceito tenha acabado. Ainda existe, sim, uma diferença significativa. Além disso, quanto mais se avança na linha hierárquica, menor é o número de mulheres", avalia.




Entre as executivas ouvidas pela Fundação Dom Cabral, 55% disseram ter sofrido preconceito pelo fato de serem mulheres e afirmaram que têm de ser mais competentes do que os homens para serem escolhidas. Sobre salários, a pesquisadora da FDC atribui parte da diferença ao estilo feminino. Betânia cita o livro "Women Don't Ask: Negotiation and the Gender Divide" (Princeton University Press, ainda não publicado no Brasil), da norte-americana Linda Babcock, que revela que as mulheres negociam menos seus próprios salários do que os homens e, quando decidem negociar, "fixam metas em média 15% menores".





Adriana Ferreira, Diretora de Tecnologia da Informação da Companhia Vale do Rio Doce, se diz acostumada com a situação em que vive: “Era a única mulher em uma turma de 40 pessoas, sou diretora em uma empresa superlativa em um ramo onde homens predominam. Não haveria outra opção a não ser me adaptar”. Adriana concilia as obrigações do trabalho de uma super-executiva ao cuidados de mãe. Com um filho de três anos, ela engrossa o coro das mulheres que buscam desenvolver as duas atividades com perfeição: “Meu trabalho requer grande envolvimento e boa parte do meu tempo, mas tento ajustar minha agenda e busco participar ativamente da vida de meu filho”.




A trocadora de ônibus Carolina Chouin também se vê dividida entre as responsabilidades que a vida lhe impõe: “Saio de casa às 8h da manhã, trabalho até as 18h, estudo à noite e, quando chego em casa, tenho que me preocupar com a roupa que ficou pra lavar, os trabalhos de escola de minha filha e tudo mais que tiver em casa pra fazer. Mas não reclamo. O trabalho é fundamental para minha sobrevivência e de minha família”.




Mesmo com a dificuldade em harmonizar seus compromissos, as mulheres são categóricas ao afirmar que o trabalho é a ferramenta que proporciona estabilidade financeira para suas famílias, logo, é compreensível que ocupe grande espaço em suas vidas. Essa participação no mercado lhes proporciona satisfação e lhes abre novas perspectivas para continuarem buscando oportunidades melhores no mercado através de estudos de qualificação e especialização. É a figura da Amélia desaparecendo e dando lugar à da super mulher, que busca melhor qualidade de vida, de liberdade, sempre visando à transformação e ao exercício de seus direitos, na construção de uma nova trajetória.

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who.pt

3 comentários:

Cultura & Arte disse...

Gostei do espaço destinado a nós mulheres e, ainda mais, do estilo "mulherzinha"... rs

Visite o nosso: www.reflexodarte.blogspot.com

Anônimo disse...

Palhaçada feminista!

Anônimo disse...

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